terça-feira, 3 de novembro de 2009

SAUDADE


Olá Manuel Geraldo!

O texto de hoje é para ti que um dia orientaste a minha escrita dando vida ao meu pensar.
Dei por mim a sentir saudade, esta emoção tão bem expressa na Língua Portuguesa.
Tão contente e distraída eu andava que nem me apercebi que o Céu chamava de volta um dos seus guerreiros mais queridos.
De repente, porque foi assim que aconteceu, vi-me privada da tua presença. Já não se tem com quem dividir as tristezas ou partilhar as alegrias.
Foi o desmoronar de tudo ao mesmo tempo, desapareceu o companheiro de vida, de trabalho, de projectos, e eu vi-me só, completamente só.
Mas continuei no Mundo a tentar responder às expectativas, aos meus compromissos, a interagir, sem abdicar da minha forma de ser e estar, de tentar tudo, de nunca baixar os braços.
Cá estou eu Manel a magicar nas longas conversas que teríamos sobre o Brasil, sobre Portugal e tantos outros temas interessantes, porque tínhamos os olhos postos na mesma direcção, sem perder a nossa individualidade.
Eu continuo impregnada dos teus sonhos mais caros, que também são os meus, da tua postura, das tuas lições de vida. Tudo faz parte dos meus dias como se ainda estivesses neles, se eu ainda pudesse correr para contar que fiz, que aconteceu, que fizeram…
Para não ficar presa ao passado, levo-o comigo nas minhas acções presentes, nas minhas atitudes perante a vida, nas situações divertidas que tão bem partilhávamos, sempre atentos ao mundo e aos seres tão diferenciados que nele habita.
Eu sigo a contar a nossa história , a falar de ti, do Alentejo, a honrar a tua memória.
Algures na imensidão do espaço és o meu Sol, a minha estrela de predilecção!!!
Alcione Scarpin
01/11/2009