quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Receita da Alegria

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Último Discurso


O Grande Ditador (Charlie Chaplin).

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Razão de ser



“Uma mesa com lugar para todos”

«Olhando à escala global, se não formos capazes de construir um Mundo que tenha lugar à mesa para todos, não teremos-nem merecemos-futuro. Inexoravelmente, numa questão de tempo, estaremos à beira do precipício, empurrados pela injustiça e sofrimento humanos dos que não têm lugar à nossa mesa. Por mais que pareça, ter lugar para todos na mesa não é uma tarefa impossível. A Natureza e o génio humano são capazes de gerar e de gerir o necessário para que todos tenham o suficiente. Para tornar o Mundo uma mesa para todos, as migrações são essenciais e naturais. São o mecanismo mais próximo e eficaz de repartir a riqueza e de criar vasos comunicantes. São o despertador das nossas consciências e as batidas à porta da nossa indiferença. São o apelo à generosidade sem saírmos de casa. É o dar e ainda receber mais. É multiplicar dividindo. Por isso, saber abrir a nossa mesa ao outros, que nos procuram em busca do seu futuro, é participar activamente nesse movimento universal de fazer do Mundo um destino comum e partilhado. Assim , cada um com o seu contributo, à mesma mesa, chegaremos a construir um futuro de todos e para todos. Com os mais iguais e os mais diferentes. Mas sempre com o direito universal de estar à mesa. E sempre com o dever de convidar todos para a mesa.»

Do livro “ UMA MESA COM LUGAR PARA TODOS “ de Rui Marques (Instituto Pe. António Vieira).

sábado, 22 de novembro de 2008

OS SONHOS

“Do ponto de vista psicológico todos os sonhos são bons, mesmo aqueles cujos conteúdos pareçam incoerentes ou mesmo assustadores. Mas, enquanto o sono é reparador para o organismo, o sonho exerce um papel reparador para a vida psíquica, favorece as funções mentais, ajudando a decifrar enigmas e mesmo a encontrar soluções para as mais diversas questões”

S.Freud, in A Interpretação dos Sonhos.

MEMÓRIAS


E à tarde
Os soldados voltavam,
Traziam feridas
E balas a menos.
Traziam memórias
de sonhos traídos,
Traziam fadigas
De corpos caídos.

Nos sacos e rostos
Traziam o regresso,
Traziam memórias.

Soldados sem armas
Voltavam em transe,
Não eram os mesmos.

Do livro “O Sangue da Guerra” de Manuel Geraldo

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A Alegria


“Solta a alegria! Que fique desatada!
Esquece a ânsia que rói o coração,
Tanta doença foi assim curada.
A vida é uma presa, vai-te a ela,
Pois é bem curta a sua duração…”

Do livro “Al Mutamid, O Poeta do Destino” de Adalberto Alves.


Al Mutamid, considerado o maior poeta do seu tempo no Al Andaluz, nasceu em Beja no ano de 1040. Os versos acima traduzem perfeitamente a importância da alegria para a saúde física e mental do ser humano, considerando a Vida como um desafio constante e sempre renovado às nossas potencialidades. Uma pessoa alegre pode alterar o estado de espírito de muita gente, pode criar bom ambiente em casa, no trabalho ou na vida social. A própria Natureza parece sorrir no chilrear dos pássaros, no canto das aves, no marulhar das águas, nas brincadeiras entre os animais. Se, na criança, a alegria é uma emoção quase sempre presente, no adulto, pode estar reprimida de tal forma que a vida torna-se um verdadeiro fardo, trazendo consigo doenças e dificuldades de toda ordem. As experiências boas que vivenciamos todos os dias, criam em nós um escudo invísivel que nos protege e nos conforta nas vicissitudes da vida.
A alegria é um lenitivo para a alma e um bálsamo para as feridas do coração pois retempera as forças e dá nova vida ao Ser que a cultiva.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Crianças com Necessidades Educativas Especiais




Em tempo de Escola Inclusiva todas as crianças em idade escolar vão para as Escolas Públicas ou Externatos, porém, algumas delas precisam de apoio mais individualizado para aprender.
Há uma diferença entre o saber fazer e o poder fazer.
Um bebé de seis meses não sabe andar. Um adulto com paralisia dos membros inferiores não pode andar. Para o fazer, necessita de uma cadeira de rodas.
Uma pessoa cega não pode ler com os olhos mas o faz através do tacto, pelo método braille.
Já a criança portadora de deficiência auditiva, para se comunicar vai inicialmente aprender a linguagem gestual, que tornará possível a aquisição da leitura e escrita, contribuindo de forma decisiva para sua autonomia.
No campo da deficiência mental, tudo se torna mais complicado porque um comprometimento neurológico ou cerebral poderá atingir várias funções cognitivas ao mesmo tempo. Entretanto, não podemos afirmar que a pessoa não é inteligente. Ela não pode manifestar a sua inteligência.
Nós devemos conversar muito com as crianças portadoras de défice cognitivo, mesmo que aparentemente elas não nos compreendam. A leitura diária de estórias é essencial para a aquisição de vocabulário. Ao porcionar-lhes diferentes actividades, sejam académicas, recreativas, artísticas ou culturais, contribuímos para alimentar-lhes o espírito e ajudá-las a interagir com o meio ambiente.
Assim como há seres humanos que, embora portadores de um cérebro normal, permanecem enclausurados na ignorância e cegueira internas, as pessoas com défice cognitivo são espíritos prisioneiros pois, as lesões cerebrais de que são portadores, impedem a recepção e transmissão das informações. Desde que tive tal percepção, procuro ajudá-los a se libertar…
Para enriquecer a vida interna das pessoas com necessidades educativas especiais desenvolvi uma abordagem inovadora no campo da reabilitação através de psicoterapia individual ou de grupo. A intervenção a nível individual pode acontecer numa sala, com o suporte (ou não) do divã, ao ar livre, ou ao telefone.Para se activar a comunicação podemos recorrer ao apoio de figuras, fotos ou jogos.
Os passeios terapêuticos são uma realidade no meu trabalho diário e muito bem aceite por pessoas com patologias diversas. Na minha actuação enquanto psicóloga há um fio condutor que me orienta: estimular a auto-estima.
Já nos grupos formados por 10 a 15 elementos, o fundamental da dinâmica das reuniões é o diálogo. A pessoa vai se comunicar como pode, através de um olhar, de sons não identificados, sinais, mímica, expressão corporal, palavras soltas, frases etc…Todos são, em primeiro lugar, seres humanos e qualquer tentativa de comunicação é sempre bem vinda.
A comunicação com o meio exterior, o ver-se compreendido, às vezes, após anos consecutivos de isolamento, é um factor altamente tranquilizante e reconfortante para a pessoa com défice cognitivo. Como terapeuta tenho verificado que mesmo pessoas com grave limitação intelectual conseguem captar interpretações profundas sobre a personalidade e se acalmam imediatamente. Isto demonstra que a capacidade de compreensão destas pessoas está muito além das nossas avaliações e, neste campo em particular, ainda temos muito que aprender.

sábado, 15 de novembro de 2008

CRIATIVIDADE

Por vezes somos levados a considerar a criatividade como um privilégio das pessoas ligadas ao campo da música, dança, pintura, escultura, cinema, literatura, poesia, moda etc..., por serem essas áreas de manifestação que estão mais presentes no nosso dia-a-dia através dos meios de comunicação social.
Hoje vamos falar da veia criativa que existe em todos nós, embora a grande maioria dos seres humanos aparentemente passe toda uma vida sem um único rasgo de imaginação criadora. O nosso espírito inventivo pode ser activado se lhe dermos mais atenção, procurando alterar um pouco as nossas rotinas, e com alguma persistência poderemos descobrir coisas verdadeiramente espantosas. A cozinheira que altera a receita a seu gosto está a dar margem à sua imaginação.
O Homem é o animal racional com capacidade de conscientemente transformar o espaço à sua volta, criar instrumentos, aparelhos e ferramentas que facilitam o trabalho, a comunicação e a deslocação ou que proporcionam lazer e entretenimento.
Algumas pessoas são capazes de criar, imaginar e trazer para a realidade coisas que simplesmente não existiam aos nossos olhos; outras conseguem aperfeiçoar, adaptar ou mesmo comercializar de uma forma inovadora os inventos criados por terceiros.
Grande parte dos inventores tiveram brilhantes intuições à partir da observação da natureza, outros fizeram importantes descobertas por mero acaso. Quantas vezes, são as adversidades que activam a busca por novas soluções em forma de medicamentos , máquinas ou estratégias de acção. Com as minhas crónicas quero incentivar o espírito criativo e inovador que de certa forma é bastante presente na cultura portuguesa. O “jogo de cintura” do brasileiro é com certeza, herança dos portugueses.
Em contacto com jovens estudantes verifico o enorme interesse que têm por actividades que os façam pensar, criar, e inventar... Essa disponibilidade natural pelo novo, nesta etapa da vida, não deve ser desperdiçada mas sim vista como uma mola propulsora do progresso cultural, social e mesmo económico da sociedade.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

SINERGIA (A riqueza da diferença)

Quando os esforços se complementam, os resultados são visivelmente maiores que a soma das partes. É comum em Sociedade as pessoas se juntarem em grupos religiosos, políticos, sociais, profissionais, desportivos ou culturais. Quando surgem as diferenças, a tendência é haver cisões. O ser humano, regra geral, sente-se seguro na igualdade e instável na diferença.
Talvez por este motivo de ordem psicológica, as pessoas procurem seguir as tendências ditadas pela moda seja no vestuário, na literatura, no lazer…
Algumas necessidades são mesmo criadas e incutidas nos cérebros de tal forma que as pessoas entram em angústia, depressão e outros problemas de origem emocional se não conseguem ter uma determinada marca de carro, telemóvel ou computador.
Ao longo da história da Humanidade encontramos exemplos sem conta de pessoas que foram menosprezadas, ignoradas, perseguidas, maltratadas, humilhadas e mortas até, por pensar, viver ou agir de forma diferente da maioria.
Pensemos um pouco como seres em constante evolução , onde estaríamos nós, se houvesse a coragem de considerar o novo como possibilidade e agente de mudança?
Embora na essência sejamos todos iguais enquanto seres humanos, a nossa existência é marcada por acentuadas diferenças quanto à nossa formação de base ou a cultura onde nascemos. Tais pressupostos podem alterar e muito a nossa visão dos acontecimentos e situações que se nos apresentam todos os dias.
Saber ouvir, observar, dar voz, fazer eco das palavras pode ajudar a encontrar soluções em campo estéril, luz na escuridão…
A sinergia é a optimização do potencial produtivo de pessoas , agrupamentos ou sistemas de trabalho. Por isso, hoje a multidisciplinaridade assume um papel preponderante na avaliação e intervenção comunitária.
O desenvolvimento humano e social já não se compadece com propostas únicas e redutoras quando consideradas fora do contexto da realidade.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

terça-feira, 11 de novembro de 2008

"Compreender torna-nos indulgentes"


«Selon la psycanalyse classique, nous jugeons plus sévèrement les auteurs d'actions immorales si nous sommes tentés de les commettre. C'est une façon de nous punir, par procuration, de nos désirs interdits. Une expérience menée par Mario Gollwitzer, psychologue à l'université de Coblence-Landau, en Allemagne, semble indiquer le contraire. Près de trois cents personnes se sont vu proposer des scénarios d'actes transgressifs - voler un vêtement dans un magasin, resquiller dans le métro, faire travailler un plombier au noir... Tout d'abord, il leur a été demandé de décrire leur ressenti face à la possibilité de se livrer à ces conduites répréhensibles. Ensuite elles ont dû juger des individus ayant osé passer à l'acte. Et là, surprise! Loin d'être plus sévères avec ceux qui avaient réalisé leur plus cher désir interdit, les sujets de l'expérience - y compris les plus autoritaires ou enclins à l'autojugement négatif - ont à l'inverse été plus coulants avec eux: se reconnaissant et s'étant senti en empathie avec ces "coupables", ils ont saisi leurs motivations. La possibilité de comprendre nous aiderait donc à être moins intransigeant. Mais encore faut-il accepter de comprendre. Précisons que les participants avaient été préparés psychologiquement à se montrer indulgents dans leurs jugements.» I.T.
in Psychologies Magazine, nº 279 (Novembro 2008)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vida Psicológica

«Torna-se evidente, cada vez com mais acuidade, que nem a fome, nem os tremores de terra, nem os micróbios, nem o cancro, mas, pura e simplesmente o homem constitui o maior dos perigos para o próprio homem. A razão é simples: não há ainda nenhuma protecção eficaz contra as doenças psíquicas. Ora, estas são epidemias infinitamente mais destruidoras do que as piores castátrofes mundiais. O perigo supremo, que ameaça tanto o indivíduo como os povos nómadas no seu conjunto, é o perigo psíquico».
C. G. Jung, O Homem à descoberta da sua alma.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O que é o Amor?

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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O Mistério da Intuição


Em contacto com estudantes estagiários e jovens recém-formados tenho vindo a constatar a rigidez e o formalismo dos currículos escolares e a própria dureza dos métodos de ensino, apesar de todo o avanço tecnológico. A intuição, definida como «a percepção clara e pronta da realidade» tem sido de certa maneira desvalorizada. «O homem é racional, a mulher é intuitiva»; e fica-se por aí... Felizmente, muitos estudiosos, cientistas e pensadores, não compartilham de um tal desprezo e tratam a nossa «amiga» Intuição com o respeito que ela merece. O cientista português António Damásio, autor de «O erro de Descartes» e «O Sentimento de Si», há vários anos a trabalhar nos Estados Unidos, refere-se à intuição como sendo «um misterioso mecanismo, através do qual chegamos à solução de um problema, sem o raciocínio». Também o psicólogo americano Jerome Seymour Bruner, no seu livro «O Processo da Educação», dá particular atenção ao desenvolvimento do pensamento intuitivo nas escolas, ao afirmar: «O caloroso louvor prodigalizado pelos cientistas aos seus colegas que merecem o rótulo de intuitivos, constitui a maior evidência de que a intuição é um bem valioso na Ciência e um bem que deveríamos empenhar-nos em fortalecer nos nossos alunos». A intuição está subjacente a um simples palpite, como por exemplo «já esperava encontrá-lo aqui»; um pressentimento, tal como «esse discurso soa-me a falso...»; às grandes criações literárias, teatrais, cinematográficaz, pictóricas, musicais, inventos e até mesmo nos «passes mágicos» de um futebolista. A intuição pode emergir de um processo de busca ou ser a «chave» para uma investigação genial. Para Jerome Bruner «o pensamento intuitivo gera hipóteses rapidamente e atinge combinações de ideias antes que se conheça o seu valor. Parece que os indivíduos que possuem uma extensa familiaridade com determinado assunto, chegam com mais frequência, intuitivamente, a uma decisão ou à solução de um problema». Familiaridade implica, contudo, mais do que conhecimento académico. Para haver familiaridade é necessário existir paixão, ou seja, uma dedicação extrema, uma entrega total a um objecto de estudo, a uma causa, a uma arte ou a uma investigação.