terça-feira, 28 de abril de 2009

WORKSHOP

"Atendimento psicoterapêutico a pessoas com défice cognitivo.
Enquadramento teórico e prático."


Dirigido a:
Psicólogos, estudantes de psicologia e professores.


Objectivo:
Ajudar o profissional a desenvolver competências nesta área que sejam úteis ao exercício da sua profissão.


Por: Alcione Scarpin
Psicóloga e pesquisadora no campo da aprendizagem, especializada em psicoterapia para pessoas com necessidades especiais.(NEE)


Data:
23 Maio de 2009(Sábado)
Das 16h30 às 18h30


Local:
Rua António Pedro, nº38- 1ºDto
(Metro Arroios-Praça do Chile)


Participação:
20€ por pessoa
Vagas limitadas

Inscrições e informações:
Tel: 914088630

e.mail: formacaocep@gmail.com

quarta-feira, 22 de abril de 2009

GRITOS


Grito I

É preciso repensar
Que neste País
Vivem jovens

Mas uns mataram
E outros não.

Grito II

Dizer que andei
De arma na mão
Dizer que matei
Não chega.

É preciso gritar
Que matei
Gritar que andei
De arma na mão
Forçado ou não
É urgente gritar
Que matei.

In “Dez Farpas no Medo” de Manuel Geraldo
Imagem: Manuel Geraldo (África)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Era uma vez...

De repente dei por mim sentada na cama ao lado da cama do António a dizer:
"Era uma vez…"
O António não tem qualquer família, ou melhor não tinha até ao dia em que me apercebi de que mais do que uma terapeuta ele precisava de Amor de mãe.
E porque não?...Se há mães de aluguer, se há mães adoptivas também é possível haver o desempenho “profissional” de um papel de mãe que mesmo tardiamente venha consolar e encher um coração.
Você é meu…Eu te amo…Digo-lhe tantas vezes ao ouvido
E vejo os seus olhos a brilhar, vejo-o a correr para mim num abraço franco, o mais verdadeiro que eu recebo todos os dias em que o encontro .
Vamos passear, só nos dois, sentar no Jardim como qualquer famíla. As pessoas passam por nós. Ele já não esta só…As suas noites já não são tão vazias, tão desprovidas de propósito.
Na instituição onde vive, o António tem tudo o que precisa, inclusive amor, mas lhe faltava a sensação maravilhosa de pertencer a…
Férias da Páscoa. Alguns residentes visitam seus familiares.
Para os residentes que permanecem na Instiuição tentamos dar o nosso melhor; são acarinhados, cuidados, apoiados…
Ao lado da cama do “Tó” começo, quase que espontaneamente, uma história. Ele nem cabe em si de tanta alegria…
Não foi a psicóloga não que actuou; foi o meu instinto maternal a funcionar em pleno.
Por vezes é tão fácil fazer alguém feliz!!!...
Imagem: Almada Negreiros (Maternidade)

Agostinho da Silva (1906-1994)

Há quinze anos (03.04.1994) o genial pensador português nos deixou, depois de uma vida recheada de “bem viver”.
Conhecer pessoalmente e conviver com Agostinho da Silva, mais que um privilégio, foi para mim uma Graça.
Em sua homenagem, deixo ficar, para reflexão, uma passagem da sua vasta obra:

“Quando se reconhecer o destino de santidade de todos os homens, em todos saudaremos o sinal de que são criadores e de todos esperaremos que um mundo novo nasça com o seu nascer, sem que circunstância alguma os impeça de cumprir a missão que trouxeram; em toda a criança veneraremos a promessa de redenção do mundo; grade alguma poremos ao que não entendermos, não negaremos alimento algum a nenhum corpo e, no que o anima, nos curvaremos ao sopro que, soberano, vai e vem aonde quer e com quem quer.”

“Voltas ao Mote Alheio” (1973)
Agostinho da Silva in "Textos e Ensaios Filosóficos II".
Imagem: pintura de Henrique Mourato.