quinta-feira, 11 de março de 2010

MARGARIDA


Margarida, nome de flor e também de uma mulher nascida em 1944 e a quem eu tive o privilégio de acompanhar nos seus últimos meses de vida.
Hoje, 06 de Março de 2010, foi o seu último dia entre nós.
No verão estivemos na Praia Grande e ela simplesmente adorou:
_ A Carocha veio!!!…
_ Quero o pequeno-almoço no quarto…
_ Vamos encontrar a Carocha…
_ Vamos passear no carro…
_ Aqui é a Praia das Maçãs!!!
Já em Lisboa, uma série de exames, eu sempre presente…
O diagnóstico final foi avassalador _“Não temos muito para oferecer…”
_ Eu vou ser internada? Você fica comigo?
_ Sim Margarida, eu vou estar sempre ao seu lado…
_ Eu quero ir para a casa…, eu quero ir para a casa…
O tempo que foi possível esteve em casa:
_ Eu quero comer, quero um tabuleiro cheio de coisas, quero um bife.
A preferência era sem dúvida para o iogurte:
_ Eu quero iogurte, quero iogurte, quero iogurte…
_ Margarida, eu te amo! Você sabe o que é amar?
_ Sei, “Amar é gostar muito”…

1 comentário:

Semata disse...

É entendível que ler um "post", "comentário", "testemunho", por mais que possamos nos imaginar dentro do que envolveu seu relato, nunca conseguimos ter a real visão do que foi a vivência de quem o viveu. Mas ainda assim, dá para ter alguma percepção, do sentimento de quem vivenciou esses momentos de uma ante-partida de alguém com quem se criou laços afectivos. O relato desse testemunho, não pode nunca fazer regredir o que aconteceu, mas pelo menos dá para exprimir a marca que ficou dentro de si, e como que expandir algo que, se tal não acontecesse se poderia transformar numa dor de difícil alívio ou cura.
É pois bom descrever os momentos que foram agradáveis. Funcionarão como que um bálsamo que atenua a dor de ter visto a partida de alguém que seamou.....