Todos os anos, Jesus
Feito criança, menino,
Transforma a terra em flor.
E em poucos dias, no mundo,
Os homens vivem unidos,
Falando apenas de amor.
Mas, quando o Natal acaba
E os dias são como os outros
Nas cidades e na serra,
Durante o resto do ano
Os homens já desavindos,
Apenas falam da guerra.
E assim decorrem os anos
Nesta atroz contradição:
_ Os homens, podendo amar-se,
Morrem de armas na mão!...
Autor: João Patrício
in Natal na poesia portuguesa
Selecção Luís Forjaz Trigueiros (dinalivro)
domingo, 6 de dezembro de 2009
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1 comentário:
Morrem de armas na mão,
Vivem de punhos fechados,
Não ouvem o coração,
Preferem ficar calados...
Nessa luta desumana,
Que avoca sem medida,
O sentimento que emana,
É de uma alma perdida...
Se arvora de inteligente,
Acima de qualquer animal,
Desfaz, afirma e desmente,
Já nada lhe parece mal...
É o predador mais terrível,
Que assassina o próprio irmão,
Esquece-se que é falível,
Esquece que tem coração...
É uma imagem pungente,
A deste mundo actual,
O homem deixa de ser gente,
P'ra ser apenas animal...
ZM
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