domingo, 22 de março de 2009

Poesia


CARPINTEIRO

Não consigo esculpir as palavras no papel
sem que não use como escopro a caneta.
Uno-as, faço frases e corto-as com cinzel
dando às vezes azul, ou vermelho, à tinta preta.

Dou forma às letras com meu formão,
que da madeira, nada, mesmo nada percebe.
Não fui, nem sou, carpinteiro de profissão,
mas tenho alma que sente e mão que escreve!

São estatuetas, que se confrontam em paz,
desfraldando palavras boas e más
interpretando-as de forma pluralista.

Assim sou, aplaino as letras e sou audaz!
E as aparas, que a minha mão faz,
dão um regalo singular à minha vista!

Do livro O Fogo das Palavras de Joel Lira

1 comentário:

Anónimo disse...

Enquadrar "poesia" neste blog tão especial, é possuir na alma "Fogo-divino" em tudo o que faz no sentido de que o próximo tem um valor invulgar na nossa vida. Ele é a coisa mais importante na missão que a cada um de nós cabe enquanto vida!
Bem hajas!

joellira